A sonda Lunar Crater Observation and Sensing Satellite (LCROSS) da Nasa e seu foguete Centaur fizeram ontem um duplo impacto no fundo da cratera Cabeus, no polo sul da Lua, em uma operação que busca confirmar a presença de água no satélite. Segundo o controle da missão no Centro de Pesquisa Ames, a experiência foi um sucesso: "Recebemos a confirmação de que ocorreu o duplo impacto. Foi um trabalho impecável. Os instrumentos funcionaram como estava previsto." O primeiro impacto, às 8h31 (horário de Brasília), foi produzido pelo foguete vazio de mais de duas toneladas, que gerou uma coluna de poeira que subiu a mais de seis quilômetros de altura. Pouco mais de três minutos depois, a LCROSS cruzou a esteira de pó, da qual recolheu informação e as enviou para a Nasa, antes de cair. Segundo os cientistas, se existe água no fundo da cratera, ela foi lançada ao espaço pelo duplo impacto e pelo repentino aumento de temperatura. Além da Nasa, os impactos foram observados pelo telescópio espacial Hubble, pelos instrumentos de outra sonda, a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), e por diversos telescópios ao redor do mundo. Mas para quem esperava ver imagens espetaculares, a missão, apesar do sucesso científico, foi anticlimática. Segundo espectadores na internet e também pessoas que se reuniram em um museu no centro de Washington para assistir às colisões em um telão, não houve sinais óbvios da poeira - ou de gelo pulverizado - nas imagens em preto e branco da Nasa captadas na cratera escura. Em vez disso, a tela ficou totalmente branca."Não foi um defeito", explicou Benjamin Neumann, diretor da Divisão de Capacidades Avançadas da Nasa. Segundo ele, os impactos liberaram muito calor, daí o brilho. Ele também explicou que os cientistas devem levar duas semanas para analisar os dados.
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